domingo, 20 de junho de 2010

Devaneios compulsivos pela escrita!!!

A noite já vai longa!quando as horas se começam a aproximar das 4 da manha, e com o corpo cansado de um dia exausto, deveria ter vontade de deitar a cabeça na almofada. E esta cede? Esta cede insaciável de escrever apoderou-se de mim. Sinto vontade de escrever e pronto. Contrariar-me só seria degradar a minha alma, prejudicar a minha mente, desgastar o meu corpo... Sinto aquele enjoo na barriga de tentar não agradar e ter resistido a um desejo que me estava a perseguir.
Tanto desejo para não saber o que escrever, ou que palavras lindas deixar aqui neste meu recanto. Estou vagueando pelas palavras - sem mapa, sem bússola, sem qualquer orientação que me possa levar a um caminho concreto do que hoje possa dizer.
Algo é dado definido, de que quando entramos no blog para escrever, o tema já tem de estar pensado? Eu me recordo que o objectivo que dera a este blog quando dei origem a sua criação seria, não um blog de sustento dos outros, mas o meu ouvinte, onde desabafaria tudo o que me incomoda nesta vida, neste meu acto de conviver com a vida e que dela faz parte. Seria o meu diário, um amigo que apenas me escutava sem dar palpite.

Os minutos vão passando, e eu, neste acto de desespero vou contando os minutos até algo me surgir. Mas porquê que um blog terá de ter assunto? Criar um artigo com sentido sem sentimento no que escrevi é criar uma fantochada dentro de mim mesmo - engano-te, a ti que lês, dando uma imagem do que pareço ser não o sendo e iludo-me, provocando sensações no meu inconsciente o que não sinto. Tenho medo que ele mude. Gosto de como sou e em nada me mudaria. Podia dar um retoque aqui, outro ali, uma decoração acolá, puxar mais para aqui e empurrar mais para ali, mas mudar as peças do meu puzzle, mudar radicalmente, seria a manobra mais ríspida para a minha autodestruição.
(Passaram-se alguns minutos... uns 5 minutos? Mais próximo dos 10 tendendo para um quarto de hora)

Revi o meu blog. Um blog como tantos outros. Um simples blog onde me esmerei por meter textos de auto-reflexão, introspecção, visei a critica raspando também no preconceito e na falta de caracter e sentido de viver. Apercebo-me da salada que dele fiz. Não me sinto arrependido. Tudo teve um acaso: todas as palavras que prenunciava, todas as linhas que escrevia, cada texto que deixava uma mensagem diferente. O acaso de me sentir uma pessoa livre de pensamento, sentir-me livre por viver fora de conceitos pré-concebidos, por criar um novo conceito do quão eu devo ser.

Os actos de intolerância e falta de aceitação ao ser que escreve este mesmo texto, faz-me ponderar se deverei continuar a seguir este trajecto, e não optar por acabar o que não deveria, talvez, ter criado - este meu blog onde mostra um pouco mais do "eu" que habita entre vós.Tudo o que esteja fora das linhas de pensamento e dos padrões mundialmente aceites, choca as pessoas, criam-lhe um desconforto, fazem questão e têm o gosto de nos destruir.
E com toda esta lenga lenga, abri a minha mente, deixei-me levar pelos pensamentos, e aqui está mais artigo sem nexo, sem pés nem cabeça... mas que me aliviou - e é por isso que gosto tanto de escrever para mim, pois só assim sei que não ha um grande mercado de leitores que me cobram por algo mais, algo que não sou capaz de lhes oferecer...
(e assim a noite se passou....)

7 comentários:

Principe Encantado disse...

Pois é amigo mas é através de palavras sem nexo que vieram as grandes descobertas, e sempre bom escrever aquilo que queremos mesmo que ninguém jamais entenda, o importante é o nosso eu.
Abraços forte

Mr.Jones disse...

Voce na escrita e eu busco nos meus horarios vagos algo como "videos no parodiando ou templates dihittianos" ahahha
é bom, eu gosto

BLOGZOOM disse...

Olá Joel, sabe a inspiração para mim vem como ondas, tem dias que quero escrever sem parar, outras tenho tanto na cabeça e nenhum computador ao alcance, outras, ufa... não quero fazer anda.
Nexo ou não, depende, acho que voce passou muito bem o recado que desejava alcançar.

Jackie Freitas disse...

Meu querido Joel...
Estou eu aqui, no Brasil, de madrugada, cansada de um dia familiar exaustivo, com sono e querendo um bom banho quente, cobertores envolvendo o meu corpo, abraço do meu marido que tanto amo...Mas ainda estou aqui, lendo e comentando escritas interessantes, outras espetaculares...e vou clicando, clicando, até me deparar com esses pensamentos ou desabafo de uma mente que tanto admiro. Sentimentos de alguém que sabe o caminho a seguir e que o segue com segurança, sem medo do que ainda virá...Depois de ler o seu texto, mesmo que ache sem nexo, sorri aqui e disse para mim mesma: "excelente! posso ir dormir agora. Li algo fantástico, de um amigo maravilhoso!" . Obrigada por não ter cedido ao convite da cama e ter tido forças para escrever o seu texto! Espero que agora você esteja dormindo em paz, tranquilo e que ao acordar tenha renovado as suas forças para continuar dividindo todos os seus pensamentos conosco. Pode ser sem nexo mesmo! A mim fazem sentido!
Grande beijo, quiducho lindo! Vou dormir também!
Jackie

Luma Rosa disse...

Joel, o próprio descompromisso nos inspira! O escritor não tem que ter obrigação de escrever e passar os dias remoendo as idéias.
Não me considero uma escritora ou nem mesmo gosto de escrever. Escrevo porque sinto vontade! E daí abro o editor de texto e as idéias aparecem! Apenas uma conversa amena, relax!! Mas entendo que os escritores, até mesmo pela necessidade de exercício sentem-se cobrados. Um texto sempre é um desafio e tem que ser sempre aprimorado? Dou mais valor aos pensamentos gerados por um texto do que a forma escrita, porque nas cavernas, usavam símbolos e se hoje temos o dedilhar das teclas, não podemos fazer disso um exercício por si só! Repassar os pensamentos é talvez mais difícil que o ato de escrever!

Marcia Pinho disse...

È Joel, eu to bem assim! Lutando com o corpo para aguentar, o monte de coisa que tenho que contar! Mas, o relógio, meu amigo, nunca andou tão rápido! Qto durmo, ele não se adianta. Mas, qdo fico brigando com o sono, com a cabeça cheia de palavras, não escrevo nem meia folha, e já foi-se a madrugada!
Abrçs, Márcia

Luana disse...

Olha eu aprendi muito comigo mesma ...
Vi teu blog e fui atraz do meu , tbm fiz uma salada , mais depois de um tempo que a gente escreve e volta a ler aquilo , ou passa pela nossa cabeça , nossa eu nao lembrava que passei por isso , ou fui eu mesma que escrevi isso , e outra que a gente lembra e aprende novamente ...

o blog é como se fosse um manual mais de traz pra frente ...
Prabens o seu ta otimo ...

Abraços Luana