segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ódio e amor - Separação da antiga faísca

Representar e ter actos de gentileza para quem a merece, em vez de amor desperdiçado aos ingratos e aos despromovidos da minha consideração - não estarei a ser mais justo?


“"Amar ao próximo" tem sido dito como a lei suprema, mas qual poder fez isso assim? Sobre que autoridade racional o evangelho do amor se abriga? Por que eu não deveria odiar os meus inimigos - se o meu amor por eles não tem lugar em sua misericórdia”

Como amar o próximo como a nós mesmo? Não se pode amar a todos; isto é ridículo se reflectirmos um pouco – não é preciso ser licenciado, doutorado, ou mestrado, ser uma pessoa culta e actualizada, saber ler e escrever fluentemente, saber interpretar textos dificílimos, ou fazer cálculos matemáticos complicadíssimos: basta puxar por algo que o ser humano tem o privilégio de ter (em alguns casos, há a ausência dela), e raciocinar um pouco (se tiveres capacidade para tal, senão, deixa para lá. “Não te mates”). Se amamos tudo e todos, perdemos as forças naturais de selecção e tornamo-nos um juiz pobre em carácter e qualidade.

Amo. Amo fervorosamente, quem do meu amor, mostrou carácter necessário para o possuir, mas nunca viro a outra face para o inimigo. O amor é uma das maiores e mais intensas emoções que o ser humano pode sentir; a outra é o ódio. Forçar-me a sentir um amor indiscriminado e sem tino é muito paranormal. Se tento amar todos, simplesmente diminuirei o tempo necessário de carinho a afecto para aqueles os quais verdadeiramente merecem o meu amor, respeito, admiração e honestidade.

Reprimir todo o ódio é um caminho que me levará a muitas doenças físicas e emocionais. Por aprendizagem descobri que há como liberar nosso ódio, e há quem o merece; Tenho andado a “trabalhar”, limpando da mente os valores pré-fabricados impostos na nossa sociedade. O trabalho é árduo. Filtro a minha mente pois ainda me sinto muito intoxicado com muita porcaria que tenho dentro de mim, e que me foi concebida no momento mais fulcral da educação de uma pessoa - quando era criança, impingiram-me com produtos tóxicos difíceis de os libertar a esta etapa do campeonato. Mas a luta contínua... Mas a recompensa será ainda mais gratificante.

Tanto o amor quanto o ódio são emoções preciosas que não devem ser gastas ao absurdo e nem distribuídas desnecessariamente. O ódio e o amor doados a quem não os merece enfraquece o sentimento que deveríamos verdadeiramente ter em relação as pessoas certas. Se odeio um “desconhecido”, o meu ódio para seu verdadeiro inimigo enfraquecerá, do mesmo modo que se amar outro “desconhecido” esse mesmo sentimento tão prezado, será desperdiçado e o meu verdadeiro amor não receberá o sentimento que merece.

A maioria das religiões reclama que devemos amar nossos inimigos, pois mesmo quando errados devemos ter o consolo de que "Deus punirá eles". Em vez de permitir que eles mesmos possam odiar seus inimigos e tratá-los da maneira que eles merecem, eles dizem: "Lá, se não na graça de Deus, reze por eles". Que hipocrisia… começa a dar nojo.

Sinto-me comovido… ou não, que me estejam a ver, como sendo um sinónimo de, barbaridade, crueldade e brutalidade. Fácil… Isto é assim simplesmente, porque as pessoas têm medo de enfrentar o rosto da verdade - e a verdade são aquelas existências humanas e essas “não todas benignas ou todo amáveis”. Somente porque me tendo conhecer, só porque sou capaz de amar e odiar, sou para muitos, considerado alguém detestável.

Sim… cultuo o ódio não me envergonhando dele, mas estar perto dele não significa estar longe do amor como essas mentes fechadas pensam. Estou perto do amor também, sendo um dos sentimentos mais profundos do Homem.


Honestamente reconheço e permito ambos; Amo e Odeio, não confundo uma emoção com a outra. Sem a capacidade de experimentar uma destas duas emoções, nunca estaria apto para experimentar a outra.

Sem comentários: