terça-feira, 2 de março de 2010

Escrevo... Porquê escrevo?


Há dias que nem devíamos sair de casa, não ver ninguém, e muito menos falar com quem quer que seja. Hoje não acordei para viver o dia que me esperava. Só estaria bem deitado no meu canto, sem ninguém para me perturbar nem encher-me a cabeça com conversa parvas.

"Tens um blog?" - Pergunta-me um amigo.
"Tenho". Foi um "tenho" bastante deprimente, um tenho de ter mas não querer por vezes te-lo (confuso? esqueçam... hoje não estou mesmo bem).
"E então para que queres o blog? Falas do quê lá? Sabes ao menos escrever?".
Não soube o que lhe responder. Apenas pensava para mim: "Escrevo o que sei e como sei".

Mais tarde, entro no msn, e apressado aparece logo uma mensagem em linha. Era esse meu amigo. Nem um "oi", nem um "como estás", nada, apenas isto: "Estive a ver o teu blog. Para que queres um blog se quase ninguém o visita?"

Pelo ponto de vista de certas pessoas, os blogs só devem ser escritos para serem lidos por outras pessoas, para terem adeptos. Eu mesmo comecei a ter esse pensamento quando li isso dele. Senti-me ainda mais em baixo, senti-me sem vocação para nada, apenas para estar longe de todos e reservar-me no meu cantinho sem chatear ninguém. Comecei a ter vergonha de mim mesmo, vendo que os meus textos não são iguais a tantos outros que se vê por aí. Todos pareciam perfeitos menos um - o meu, aquele pequeno blog, aquele blog de uma pessoa sofrida com a vida, aquele blog que parece que os textos são o mais horrível, o pior dos blogs que se podia encontrar. Os blogs que tenho lido são cheios de referências, matérias inteligentes, artigos para pensar, textos redigidos com concisão e bom humor, com escritores de alto nível, e mais uma vez via o meu, como algo de quinta categoria, sem teor algum que se aproveitasse escrito por um adolescente que nem saber escrever sabia.

O dia passou e agora estou a recordar esse acontecimento para este meu cantinho, um momento marcante da minha vida. Ok, pode parecer estranho, como esse momento pode ser tão importante, mas só quem o vive e com que sentimento o vive, a que poderá entender o porquê disso.

O intuito dos meus textos nunca foi ter quem os lesse, nem publicar um texto numa noite e na manha seguinte ter um montão de comentários cheios de incentivo. Se eles tiverem que vir, que o seja, mas não espero por isso como um menino espera o rebuçado que a mãe lhe prometera quando forem ao café.

Todo este meu blog serve-me de desabafo, um bom amigo que ouve e não fala, não me deita abaixo, não dá palpites sem eu pedir (nem de nada adiantaria pedir não é mesmo?).

Sei que a minha escrita tem demasiados erros, a sua construção frásica não é a melhor, mas isso tem de ser um impeditivo para parar de escrever? Escrevo porque sinto essa necessidade, porque é na escrita que transmito toda a raiva que tenho deste mundo, é na escrita que deixo as minhas fraquezas e renovo as minhas forças e ganho uma nova energia para encarar esta vida mundana. A opinião alheia caso seja com o intuito fincado em destruir-me, destruir o meu gosto por deixar aqui as minhas reflexões, os meus sentires e as minhas emoções, de nada terá mais efeito.

Vi que nem tudo o que fazemos tem de ser perfeito, apenas tem de ser feito com gosto.

2 comentários:

Serenissima disse...

Gostei do seu texto. Como você disse, pouco importa o que vão achar dele. Você escreve porque gosta, e não para competir com outros. Achei muito legal isso da sua parte.
Eu não escrevo. Às vezes, e raro, um ou outro comentário.
Tenho um blog, que é mais um "baú" de guardados. Coisas que encontro pela net e guardo para ter onde achar com mais facilidade depois.
E para divulgar o meu site... ;)

Espero que continue escrevendo por gostar de escrever :)

Abraço,
Serenissima

Artefatus disse...

SOMOS TODOS OUVIDOS OU DEVO DIZER OLHOS, PARABÉNS E CONTINUE NESSA FORÇA!!